terça-feira, 22 de setembro de 2015

Queen & Adam Lambert

Porque as pessoas tem o dom de bostejar sobre coisas e assuntos que nem ao menos entendem

 Odeio falar desse tipo de coisa, mas quando o nível de bobagem é muito grande, eu me obrigo a dizer.

Eu, como muita gente, gosto de Queen. Quer dizer, adoro. É uma das poucas bandas que eu consigo ouvir um disco inteiro sem pular nenhuma faixa, é uma das poucas bandas que considero completa, pelo conjunto da obra e por tudo que ela representou e representa para o cenário da música. E acho difícil que haja alguém que não conheça o Queen em si ou o próprio Freddie Mercury, (já que essa coisa de saber quem é cada integrante e alguns funfacts da banda e até mesmo de cada integrante é coisa de fã mais curioso, tipo eu) que de longe é um dos meus vocalistas preferidos em todo o universo musical que eu aprecio. Agora, com essa vinda do Queen E do Adam Lambert pro país eu vi muita gente enchendo a porra do saco e proliferando bobagem dizendo que o cara nunca vai chegar aos pés do Freddie Mercury. E não vai mesmo, justamente porque esta não é a pretensão dele nem da banda.
 
Em 20 de Abril de 1992 aconteceu o The Freddie Mercury Tribute Concert, um show onde se apresentaram várias bandas junto do Queen para homenagear Freddie Mercury que havia falecido no ano anterior. Se houve toda essa histeria? Acredito que nem tanto, talvez algumas reclamações pontuais, mas se realmente aconteceu não se soube, já que naquela época não tinha Internet como temos hoje para mostrar quem são aqueles que tanto reclamam sem ao menos saber o do que estão reclamando.

O que essa gente AINDA não entendeu é que ele é só um convidado da banda, não o novo Freddie Mercury. Tanto que é anunciado, divulgado, etc como Queen & Adam Lambert, em nenhum momento o cara tentou tirar o lugar do Freddie Mercury e nem mesmo a banda colocou ele ali para isso, na próxima turnê pode ser sei lá, a Sandy. Queen é Brian May, Roger Taylor John Deacon e Freddie Mercury.

O Adam Lambert tem talento, é bom naquilo que faz, tem um estilo próprio e teve uma chance que muitos músicos queriam ter. Agora, custa tentar entender essas coisas e reconhecer o cara por aquilo que ele faz e não ficar condenando por algo que ele nem ao menos tentou fazer?

É como eu disse esses dias sobre um assunto realmente sério (e não só uma trivialidade como uma banda um músico) mas que não deixa de fazer todo sentido para este caso: quando que a falta de empatia com o próximo entrou na moda que eu não fiquei sabendo?

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Ao amigo Rob Gordon, com carinho

Um pequeno de presente para aquele que nos presenteia com textos


Sabe, eu gosto de contar histórias. Só que mais que gostar de contar histórias, eu gosto de ler histórias e vocês sabem, tem gente nesse mundo que sabe fazer isso como ninguém. E uma delas, sem dúvida alguma é o Rob.

Não lembro ao certo como e quando conheci o blog dele, ou melhor, os blogs dele, só sei que faz um bom tempo que isso aconteceu e desde então eu percebi que seria inevitável não ser fã do cara, não voltar ali mais vezes para entrar um pouco naquela realidade paralela de Pinheiros e da Vila Mariana que ele sempre contou (e ainda nos conta) de uma forma tão única e incrível, que eu sempre me senti ali, vivendo parte daquilo.

E hoje, teu aniversário, quero te parabenizar e te agradecer por entrar na vida de nós, teus leitores, de uma forma tão próxima e tão acolhedora que faz com que eu me sinta (ainda que eu tenha certeza que não seja só eu) parte da tua. Obrigado por todas as vezes que um texto teu disse tudo aquilo que eu queria (e tntas outras vezes, precisava) ouvir, obrigado por cada conversa sobre qualquer coisa no Twitter e cada "Bom dia, crianças" que tu dá por lá que pareço te ouvir dizendo isso. Mas principalmente, obrigado por ser o cara que tu é, fazendo com que meu respeito, admiração e inspiração não só pelo teu trabalho, mas pela tua pessoa só cresça a cada dia.

Feliz 40 anos, Rob. Que venham os próximos 40 para continuar te agradecendo, rindo, chorando e me identificando em cada linha tua e continuar enchendo a boca dizendo que quem escreveu aquilo, foi o meu amigo.

Um forte abraço,

Leo

domingo, 16 de agosto de 2015

Fui assaltado na última sexta-feira

E com isso, fui forçado a dar um último adeus ao meu celular

 
É bem isso que o título e o subtítulo dizem. Fui assaltado.
Nesta última sexta-feira saí do trabalho e fui até o lugar onde normalmente espero a Esposa até que ela venha de carro e possamos ir para casa. Essa semana foi diferente.
Desci do ônibus e fui até o ponto de ônibus, que fica em frente a entrada de um shopping para esperar, tirei o celular do bolso e vi: 18:53, comemorei em silêncio, afinal, se ela viesse rápido como no dia anterior, logo deveria estar chegando e logo estaríamos a caminho de casa. Acho que foi o tempo de colocar o celular de volta no bolso e eu fui abordado por um sujeito que também estava por ali.

Tem horas? Estou esperando um ônibus que passa aqui, disse ele.

Ele gaguejou. Gaguejou demais para alguém que fazia uma pergunta trivial como é perguntar as horas.
 - São 18:55. Respondi rápido e não mostrei muita simpatia. Já tinha achado o sujeito estranho demais, como eu disse a todo mundo que contei o ocorrido, eu senti a maldade. Mas mesmo tendo sentido a maldade, não achei que pudesse acontecer alguma coisa, o lugar estava cheio, pessoas passavam o tempo todo por ali, não achei que pudesse acontecer alguma coisa. Aconteceu.
- Que horas tu disse que eram mesmo? 19:55? Perguntou mais uma vez o sujeito, igualmente gaguejando, dessa vez se parando na minha frente, quase que encostado em mim, não deu muito tempo para o fatídico anúncio ser feito.

 
- Eu estou armado aqui. Me passa teu celular... passa... passa... passa... dá uma olhada rápida pra trás, meu parceiro ta ali atrás de ti, se tu não passar o celular ele te fura.
Pedi calma pro sujeito, tirei meu amado iPhone 4S do bolso e entreguei. Ou melhor, ele viu o celular e arrancou ele da minha mão e saiu correndo para atravessar a rua. Desejei muito que tivesse passando um ônibus na hora e viesse a acertar o trombadinha bem no meio, o que não aconteceu. 
Fiquei ali um tempo, tremendo de raiva. Praguejando o mundo, não querendo estar ali, desejando que a Esposa chegasse no instante seguinte, ou melhor, que ela tivesse chegado poucos minutos antes. 

Mas ela ainda não tinha chegado. E mais aconteceu. Estava cuidando os carros que passavam e passa uma menina correndo e gritando que estão fazendo arrastão no túnel de acesso a este lugar, eu e mais algumas muitas pessoas corremos para dentro do pátio do shopping que falei antes. Eu, pessoas mais velhas, mulheres com filhos, famílias com crianças, um clima de pânico pairou ali. E eu, incrédulo. Eu tinha sido assaltado alguns minutos antes e agora um arrastão?
Fiquei ali no pátio do shopping cuidando a rua, com medo de que a Esposa chegasse por ali numa hora bastante imprópria. Mas não dava para continuar assim, manter as coisas assim. Cheguei num grupo de umas cinco pessoas que conversavam sobre o ocorrido e pedi um celular emprestado para ligar e avisar o ocorrido. Avisei e então só me restava esperar até a Esposa chegar.
Felizmente não me aconteceu nada, sequer tocaram em mim. Também não levaram minha mochila, onde estava minha carteira, meu iPod e algumas outras bugigangas. O que ficou foi a sensação de raiva e impotência, de saber que vou ter um gasto que não previa para comprar um celular novo, ficar praguejando contra toda essa onda de violência que toma conta do país, que não se vê solução para isso, enquanto nós, cidadãos de bem e trabalhadores, vamos nos conformando em não termos sido agredidos, comprando aquilo que nos foi levado e vivendo na incerteza de que vai nos acontecer ou não alguma coisa.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Voltei

mas se eu disser que é para ficar, eu vou estar mentindo

O mês de julho foi mais atribulado que junho. Não que eu não tivesse ideia do que escrever, pelo contrário, até tive algumas ideias no decorrer do mês. O que me faltou foi tempo. Eu sei que tempo a gente faz e que isso nunca foi desculpa de nada, mas venho trabalhando bastante, somado ao tempo que levo no ônibus na volta pra casa, me deixam sem muito saco para pegar o computador e escrever qualquer coisa, mesmo eu adorando fazer isso.

Nesse meio tempo andei pensando no blog e em como sempre levei (e que ainda quero levar um pouco mais) lá na minha caixinha de cereal: eu sempre me cobrei demais por levar meus blogs como um espaço mais sério, tentar pegar algumas temáticas específicas e trabalhar isso. Foi aí que percebi o meu erro. Eu não gosto de fazer isso, quer dizer, eu escreveria uma coluna de algum tema como cultura pop em qualquer outro lugar, mas não aqui e nem lá, por um motivo bem simples, eu gosto de forma mais largada com que escrevo nos meus espaços, o jeito com que conduzo as postagens e eu não posso (nem devo) fugir disso já que é uma coisa que gosto tanto de fazer e ao mesmo tempo eu acredito que consigo articular bem minha opinião quando o assunto é mais sério.

Sendo assim, vou deixar minha liberdade criativa funcionar e fazer aquilo que eu acho que devo, já que o propósito de se ter um espaço pessoal é de justamente poder fazer aquilo que se tem vontade, afinal, é sempre bom ter (mais) um espaço para se publicar a bobagem que quiser na Internet. Meu número de leitores é bem baixo, creio eu, mas nem tenho a pretensão de ser reconhecido por este espaço, só quero poder fazer as pazes comigo mesmo e não exigir tanto assim de mim mesmo.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Racismo

em sua pior forma


Maria Júlia Coutinho, a Maju, é a Garota do Tempo do Jornal Nacional desde abril deste ano. Mas isto todo mundo já sabe. O que todo mundo também já deve estar sabendo é dos ataques racistas que ela vem sofrendo depois de uma publicação na página do Jornal Nacional no Facebook. A coisa não só beira o absurdo, ela é absurda por completo, incompreensível e revoltante.

Não vim aqui para repetir o que os grandes portais (e gente que escreve melhor que eu) estão dizendo, vim desabafar e tentar entender a razão de tanto ódio por parte dessas pessoas a uma pessoa que não conhecem, que nunca lhes fez nada por ela simplesmente ter uma cor de pele diferente da delas. Em casos como este eu fico me perguntando se essas pessoas já existiam antes da Internet ou se ela só fez com que nós conhecessemos seus rostos. 

Tanta briga, tanta luta, tanto discurso sobre igualdade (em quaisquer que seja a sua forma, seja ela sexual, racial ou qualquer uma outra) e infelizmente perceber que essa gente ainda é um número muito grande e expressivo, não que acabe abafando aqueles que continuam batalhando por dias melhores, nem que isto seja capaz de anular qualquer coisa, mas com isso percebemos que ainda vivemos em um lugar podre e que está longe de ser um lugar onde todos tem o direito de procurar o seu lugar ao sol.