terça-feira, 22 de setembro de 2015

Queen & Adam Lambert

Porque as pessoas tem o dom de bostejar sobre coisas e assuntos que nem ao menos entendem

 Odeio falar desse tipo de coisa, mas quando o nível de bobagem é muito grande, eu me obrigo a dizer.

Eu, como muita gente, gosto de Queen. Quer dizer, adoro. É uma das poucas bandas que eu consigo ouvir um disco inteiro sem pular nenhuma faixa, é uma das poucas bandas que considero completa, pelo conjunto da obra e por tudo que ela representou e representa para o cenário da música. E acho difícil que haja alguém que não conheça o Queen em si ou o próprio Freddie Mercury, (já que essa coisa de saber quem é cada integrante e alguns funfacts da banda e até mesmo de cada integrante é coisa de fã mais curioso, tipo eu) que de longe é um dos meus vocalistas preferidos em todo o universo musical que eu aprecio. Agora, com essa vinda do Queen E do Adam Lambert pro país eu vi muita gente enchendo a porra do saco e proliferando bobagem dizendo que o cara nunca vai chegar aos pés do Freddie Mercury. E não vai mesmo, justamente porque esta não é a pretensão dele nem da banda.
 
Em 20 de Abril de 1992 aconteceu o The Freddie Mercury Tribute Concert, um show onde se apresentaram várias bandas junto do Queen para homenagear Freddie Mercury que havia falecido no ano anterior. Se houve toda essa histeria? Acredito que nem tanto, talvez algumas reclamações pontuais, mas se realmente aconteceu não se soube, já que naquela época não tinha Internet como temos hoje para mostrar quem são aqueles que tanto reclamam sem ao menos saber o do que estão reclamando.

O que essa gente AINDA não entendeu é que ele é só um convidado da banda, não o novo Freddie Mercury. Tanto que é anunciado, divulgado, etc como Queen & Adam Lambert, em nenhum momento o cara tentou tirar o lugar do Freddie Mercury e nem mesmo a banda colocou ele ali para isso, na próxima turnê pode ser sei lá, a Sandy. Queen é Brian May, Roger Taylor John Deacon e Freddie Mercury.

O Adam Lambert tem talento, é bom naquilo que faz, tem um estilo próprio e teve uma chance que muitos músicos queriam ter. Agora, custa tentar entender essas coisas e reconhecer o cara por aquilo que ele faz e não ficar condenando por algo que ele nem ao menos tentou fazer?

É como eu disse esses dias sobre um assunto realmente sério (e não só uma trivialidade como uma banda um músico) mas que não deixa de fazer todo sentido para este caso: quando que a falta de empatia com o próximo entrou na moda que eu não fiquei sabendo?

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Ao amigo Rob Gordon, com carinho

Um pequeno de presente para aquele que nos presenteia com textos


Sabe, eu gosto de contar histórias. Só que mais que gostar de contar histórias, eu gosto de ler histórias e vocês sabem, tem gente nesse mundo que sabe fazer isso como ninguém. E uma delas, sem dúvida alguma é o Rob.

Não lembro ao certo como e quando conheci o blog dele, ou melhor, os blogs dele, só sei que faz um bom tempo que isso aconteceu e desde então eu percebi que seria inevitável não ser fã do cara, não voltar ali mais vezes para entrar um pouco naquela realidade paralela de Pinheiros e da Vila Mariana que ele sempre contou (e ainda nos conta) de uma forma tão única e incrível, que eu sempre me senti ali, vivendo parte daquilo.

E hoje, teu aniversário, quero te parabenizar e te agradecer por entrar na vida de nós, teus leitores, de uma forma tão próxima e tão acolhedora que faz com que eu me sinta (ainda que eu tenha certeza que não seja só eu) parte da tua. Obrigado por todas as vezes que um texto teu disse tudo aquilo que eu queria (e tntas outras vezes, precisava) ouvir, obrigado por cada conversa sobre qualquer coisa no Twitter e cada "Bom dia, crianças" que tu dá por lá que pareço te ouvir dizendo isso. Mas principalmente, obrigado por ser o cara que tu é, fazendo com que meu respeito, admiração e inspiração não só pelo teu trabalho, mas pela tua pessoa só cresça a cada dia.

Feliz 40 anos, Rob. Que venham os próximos 40 para continuar te agradecendo, rindo, chorando e me identificando em cada linha tua e continuar enchendo a boca dizendo que quem escreveu aquilo, foi o meu amigo.

Um forte abraço,

Leo

domingo, 16 de agosto de 2015

Fui assaltado na última sexta-feira

E com isso, fui forçado a dar um último adeus ao meu celular

 
É bem isso que o título e o subtítulo dizem. Fui assaltado.
Nesta última sexta-feira saí do trabalho e fui até o lugar onde normalmente espero a Esposa até que ela venha de carro e possamos ir para casa. Essa semana foi diferente.
Desci do ônibus e fui até o ponto de ônibus, que fica em frente a entrada de um shopping para esperar, tirei o celular do bolso e vi: 18:53, comemorei em silêncio, afinal, se ela viesse rápido como no dia anterior, logo deveria estar chegando e logo estaríamos a caminho de casa. Acho que foi o tempo de colocar o celular de volta no bolso e eu fui abordado por um sujeito que também estava por ali.

Tem horas? Estou esperando um ônibus que passa aqui, disse ele.

Ele gaguejou. Gaguejou demais para alguém que fazia uma pergunta trivial como é perguntar as horas.
 - São 18:55. Respondi rápido e não mostrei muita simpatia. Já tinha achado o sujeito estranho demais, como eu disse a todo mundo que contei o ocorrido, eu senti a maldade. Mas mesmo tendo sentido a maldade, não achei que pudesse acontecer alguma coisa, o lugar estava cheio, pessoas passavam o tempo todo por ali, não achei que pudesse acontecer alguma coisa. Aconteceu.
- Que horas tu disse que eram mesmo? 19:55? Perguntou mais uma vez o sujeito, igualmente gaguejando, dessa vez se parando na minha frente, quase que encostado em mim, não deu muito tempo para o fatídico anúncio ser feito.

 
- Eu estou armado aqui. Me passa teu celular... passa... passa... passa... dá uma olhada rápida pra trás, meu parceiro ta ali atrás de ti, se tu não passar o celular ele te fura.
Pedi calma pro sujeito, tirei meu amado iPhone 4S do bolso e entreguei. Ou melhor, ele viu o celular e arrancou ele da minha mão e saiu correndo para atravessar a rua. Desejei muito que tivesse passando um ônibus na hora e viesse a acertar o trombadinha bem no meio, o que não aconteceu. 
Fiquei ali um tempo, tremendo de raiva. Praguejando o mundo, não querendo estar ali, desejando que a Esposa chegasse no instante seguinte, ou melhor, que ela tivesse chegado poucos minutos antes. 

Mas ela ainda não tinha chegado. E mais aconteceu. Estava cuidando os carros que passavam e passa uma menina correndo e gritando que estão fazendo arrastão no túnel de acesso a este lugar, eu e mais algumas muitas pessoas corremos para dentro do pátio do shopping que falei antes. Eu, pessoas mais velhas, mulheres com filhos, famílias com crianças, um clima de pânico pairou ali. E eu, incrédulo. Eu tinha sido assaltado alguns minutos antes e agora um arrastão?
Fiquei ali no pátio do shopping cuidando a rua, com medo de que a Esposa chegasse por ali numa hora bastante imprópria. Mas não dava para continuar assim, manter as coisas assim. Cheguei num grupo de umas cinco pessoas que conversavam sobre o ocorrido e pedi um celular emprestado para ligar e avisar o ocorrido. Avisei e então só me restava esperar até a Esposa chegar.
Felizmente não me aconteceu nada, sequer tocaram em mim. Também não levaram minha mochila, onde estava minha carteira, meu iPod e algumas outras bugigangas. O que ficou foi a sensação de raiva e impotência, de saber que vou ter um gasto que não previa para comprar um celular novo, ficar praguejando contra toda essa onda de violência que toma conta do país, que não se vê solução para isso, enquanto nós, cidadãos de bem e trabalhadores, vamos nos conformando em não termos sido agredidos, comprando aquilo que nos foi levado e vivendo na incerteza de que vai nos acontecer ou não alguma coisa.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Voltei

mas se eu disser que é para ficar, eu vou estar mentindo

O mês de julho foi mais atribulado que junho. Não que eu não tivesse ideia do que escrever, pelo contrário, até tive algumas ideias no decorrer do mês. O que me faltou foi tempo. Eu sei que tempo a gente faz e que isso nunca foi desculpa de nada, mas venho trabalhando bastante, somado ao tempo que levo no ônibus na volta pra casa, me deixam sem muito saco para pegar o computador e escrever qualquer coisa, mesmo eu adorando fazer isso.

Nesse meio tempo andei pensando no blog e em como sempre levei (e que ainda quero levar um pouco mais) lá na minha caixinha de cereal: eu sempre me cobrei demais por levar meus blogs como um espaço mais sério, tentar pegar algumas temáticas específicas e trabalhar isso. Foi aí que percebi o meu erro. Eu não gosto de fazer isso, quer dizer, eu escreveria uma coluna de algum tema como cultura pop em qualquer outro lugar, mas não aqui e nem lá, por um motivo bem simples, eu gosto de forma mais largada com que escrevo nos meus espaços, o jeito com que conduzo as postagens e eu não posso (nem devo) fugir disso já que é uma coisa que gosto tanto de fazer e ao mesmo tempo eu acredito que consigo articular bem minha opinião quando o assunto é mais sério.

Sendo assim, vou deixar minha liberdade criativa funcionar e fazer aquilo que eu acho que devo, já que o propósito de se ter um espaço pessoal é de justamente poder fazer aquilo que se tem vontade, afinal, é sempre bom ter (mais) um espaço para se publicar a bobagem que quiser na Internet. Meu número de leitores é bem baixo, creio eu, mas nem tenho a pretensão de ser reconhecido por este espaço, só quero poder fazer as pazes comigo mesmo e não exigir tanto assim de mim mesmo.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Racismo

em sua pior forma


Maria Júlia Coutinho, a Maju, é a Garota do Tempo do Jornal Nacional desde abril deste ano. Mas isto todo mundo já sabe. O que todo mundo também já deve estar sabendo é dos ataques racistas que ela vem sofrendo depois de uma publicação na página do Jornal Nacional no Facebook. A coisa não só beira o absurdo, ela é absurda por completo, incompreensível e revoltante.

Não vim aqui para repetir o que os grandes portais (e gente que escreve melhor que eu) estão dizendo, vim desabafar e tentar entender a razão de tanto ódio por parte dessas pessoas a uma pessoa que não conhecem, que nunca lhes fez nada por ela simplesmente ter uma cor de pele diferente da delas. Em casos como este eu fico me perguntando se essas pessoas já existiam antes da Internet ou se ela só fez com que nós conhecessemos seus rostos. 

Tanta briga, tanta luta, tanto discurso sobre igualdade (em quaisquer que seja a sua forma, seja ela sexual, racial ou qualquer uma outra) e infelizmente perceber que essa gente ainda é um número muito grande e expressivo, não que acabe abafando aqueles que continuam batalhando por dias melhores, nem que isto seja capaz de anular qualquer coisa, mas com isso percebemos que ainda vivemos em um lugar podre e que está longe de ser um lugar onde todos tem o direito de procurar o seu lugar ao sol.
 

terça-feira, 30 de junho de 2015

A morte de Cristiano Araújo

e o suposto impacto na Bolha Cultural Brasileira

Crédito: Rubens Cerqueira
Esperei uma semana do ocorrido não para vir falar com propriedade do assunto, mas para poder analisar tudo que se falou a respeito desde então. Fiz bem, a repercussão foi maior do que eu imaginava e isso me deu a munição que eu precisava para escrever este texto. Mas chega de conversa mole e vamos lá.

Não estou aqui para falar da morte do Cristiano Araújo em si, nem menos lamentar a morte dele, afinal, eu fazia parte do grupo que sequer sabia da existência do cidadão até ter aberto o G1 no último dia 24/05 e ter tido a curiosidade de ver quem era exatamente. E continuei sem saber, mesmo depois de ler em algum lugar que ele era o cara do Bará Berê, que curiosamente, faz um tempo que vem se discutindo quem é o verdadeiro autor da música. Vim pra falar do tal impacto na Bolha Cultural do país, como teve (e tem) muita gente por aí falando.

A morte de Cristiano Araújo causou um rebuliço enrome na mídia. Desde o fato de ser anunciado o nome errado muitas vezes, mas principalmente o desconhecimento de muitos de quem exatamente é/era/foi Cristiano Araújo. E isso foi o suficiente para o desencadeamento de toda uma revolta por parte dos fãs do sujeito em questão. Mas isso todo mundo já sabe, o que achei interessante foi ver vários textos por aí chamando aqueles que não o conheciam de alienados, que não conheciam o país em que vivem. Acho que essa galerinha está indo longe demais. Explico.

Cristiano Araújo poderia estar vivo e completar 30 anos de carreira e eu possivelmente continuaria não sabendo quem é e o que faz por um motivo muito simples: eu não gosto de música sertaneja. Se não gosto, não procuro saber novidades, não fico sabendo qual é o novo hit ou qual músico está fazendo show na minha cidade, eu simplesmente não me interesso e por consequência, não sei quem são aqueles que compõe a cena, logo, ele nunca fez diferença e continua não fazendo no meu universo musical. Observe que não estou questionando a qualidade musical ou e muito menos a própria pessoa do Cristiano Araújo, o que estou questionando é o fato de eu (e assim como tantos outros) nunca ouviram falar do cara por simplesmente não estarem inseridos no meio do qual ele fazia parte. É uma coisa simples de entender, deixa eu exemplificar para ser mais claro. Quase três meses atrás, Kiko Loureiro (então guitarrista do Angra) foi anunciado pelo próprio Dave Mustaine como o novo guitarrista do Megadeth, levando em conta que o Angra é uma banda brasileira, Kiko Loureiro é um músico brasileiro, os fãs de Cristiano Araújo que nunca ouviram falar em nenhum dos dois, também não devem conhecer o país em que vivem. Não, pois assim como eu não estou inserido no contexto (e nem gosto) da música sertaneja, também os fãs de Cristiano Araújo não estão inseridos (e provavelmente não gostam) do Metal nacional e isso não faz deles alienados, ignorantes ou desconhecer o país em que vivem.

Entendem o que eu quero dizer? Num país do tamanho do Brasil, que tem uma variedade tão grande de movimentos artísticos e tantas tribos diferentes é compreensível e aceitável que não se conheça todos aqueles que de alguma forma são ídolos de cada um destes meios e o que cada um deles representou ou representa para o país.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Deus, Arcanjo Gabriel e o Ser Humano número 435987

Uma fábula moderna


Deus está em sua sala, fazendo seus trabalhos de Deus eis que entra na sala Arcanjo Gabriel esbaforido:

 - Senhor!! Senhor!!
 - Que foi Gabriel? Disse Deus, meio que sem entender o motivo de tanta correria.
 - O Ser Humano número 435987 é gay!! Ele é homem e está se relacionando intimamente com outro homem!!!

E Deus no alto de sua sabedoria e paciência, arruma os óculos no rosto e diz calmamente:

 - E?

quarta-feira, 17 de junho de 2015

O Dia em que a Internet Saiu de Férias

Um conto que conta um pouco de uma das nossas tantas frustrações modernas

As vezes eu imagino a Internet como um velho senil usando um computador antigo
Não tinha o que se pudesse fazer. O aviso tinha sido enviado ao RH cinco anos atrás, mas ninguém tinha levado a sério mas o fatídico dia infelizmente chegou. O RH não sabia como explicar, a gerência estava incrédula e desacreditada e a diretoria... bem, a diretoria era responsabilidade da própria Internet.

Com isso o RH convocou o chefe de cada setor para uma reunião extraordinária, não poderiam ficar sem a Internet e esta falha teria que ser corrigida o quanto antes. O Browser reclamava em alto e bom som que não tinha como manter seu trabalho sozinho, afinal, como gerenciar uma empresa sem a participação da diretoria? Ele não tinha autonomia de tomada de deciões sozinho. Os Sites e Portais disseram que se não fosse encontrada nenhuma solução, iriam pedir demissão até o final do dia. Não demorou muito até que os Clientes de E-mail começeassem a ligar perguntando o que estava havendo, o problema precisava ser solucionado. Mas o pânico foi geral quando as Redes Sociais corriam e gritavam pela empresa dizendo que a empresa estava falida, sem o serviço deles a World Wide & Co. poderia fechar as portas.

A reunião durou o dia todo, todos precisavam (ou ao menos aparentemente queriam) trabalhar, os ânimos estavam exaltados, não se encontrava nenhuma solução.

Eis que ao fim de cinco dias, a Internet entra pelo hall do escritório gritando em alto e bom som:

- Sentiram a minha falta?!

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Eu nunca aprendi a amarrar meus próprios cadarços

é sério, eu não sei amarrar os cadarços dos tênis


Quando criança, lembro de dar várias voltas nos cadarços nos tornozelos e depois amarrar de qualquer jeito.

A amarração do sapato é uma atividade complexa, que envolve vários passos, dentre os quais conseguir segurar as duas pontas até depois formar e apertar o nó. (...) é bem isso, uma atividade complexa que envolve vários passos que nunca entraram na minha cabeça e foi uma coisa simples, nem quando mais crescido, nem quando adolescente e nem agora quando adulto. Sou um homem de quase trinta anos que realmente não sabe amarrar os cadarços. Aquela coisa de fazer um laço e depois passar o outro cadarço na volta do laço, colocar ele por dentro de alguma coisa e formar o segundo laço é complicado demais para minha cabeça.

Com 15 anos eu aprendi com a minha irmã, 11 anos mais nova como amarrar os famigerados cadarços: fazer dois laços e amarrar um no outro, simples, rápido e funcional. Tá, no funcional fica um pouco devendo, já que não fica tão firme. Minha esposa sempre comenta que amarro como uma criança amarra. Mas é o que sei, não dependo de alguém para isso e funciona, então para mim está bem bom.

E se este laço simples que falei é demais para minha cabeça, eu não faço ideia de ao menos como começar qualquer uma dessas 17 maneiras para amarrar cadarços.


Não chega a ser uma vergonha, não chega ser uma frustração mas eu acho no mínimo curioso que até hoje eu não tenha aprendido. Deve ser porque como diz minha mãe, eu ainda tenha uma dificuldade com trabalhos manuais, tal como para fazer recortes, mas isso é assunto para outro dia.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

O Matemático do 520.1*

ou, Um conto urbano sobre as minhas aventuras pelos ônibus de Porto Alegre

Aconteceu hoje. Saí do trabalho e fui esperar o ônibus que me levaria até o meu ponto de encontro com a Esposa para virmos até em casa. Para a minha sorte, pelo segundo dia consecutivo consegui pegar o ônibus mais cedo, subi no 520.1 lotado e meus olhos já procuravam por um espaço onde eu pudese ficar bem em pé ou quem sabe a sorte de um espaço para sentar. Eu dei sorte. Quer dizer, mais ou menos.

Avistei um banco vazio e sentei. Do meu lado, O Matemático do 520.1. Sujeito de alguma coisa entre os 30 e 45 anos de idade, cabelos longos e desgrenhados, uma careca já evidente que mais parecia um Kippah natural, barba longa ao estilo Alan Moore com uma prancheta com muitas folhas no colo e algumas folhas soltas com problemas matemáticos. Muitos problemas matemáticos. Por um breve instante eu pude lembrar o quanto matemática sempre foi o meu Calcanhar de Aquiles na minha época de escola. Mal consegui terminar de lembrar essas coisas eu já ouvia alguns resmungos vindos do lado do Matemático do 520.1. Não demorou muito até que ele tivesse a brilhante ideia de falar comigo.

- A Matemática é linda, não é?
- Desculpe-me, mas...
- Todos esses números, toda essa simetria e exatidão... isso me fascina!

Ele não me deu espaço para falar. Ou melhor, tudo não passava de um monólogo e eu não tinha ainda me dado conta. Não tinha sido feita nenhuma pergunta, o Matemático do 520.1 simplesmente se deliciava em falar todas aquelas coisas enquanto fazia alguns cálculos que para mim não faziam sentido algum.

- René Descartes era genial! disse o Matemático do 520.1 enquanto rabiscava tantos outros cálculos e mumurava coisas indecifráveis.

E assim continuou pelos próximos quinze ou vinte minutos, quando finalmente ele desceu do ônibus e eu fiquei certamente, entendendo menos ainda de matemática do que eu já entendia.

*Se não ficou bem claro, 520.1 é o nome/número da linha de ônibus que eu pego.

O dia em que Paola Bracho invadiu um apartamento

Originalmente postado aqui em 27/08/2010


Não satisfeita com somente usurpar meio México, Paola Bracho viu que seu Reino poderia ser melhor expandido, se viesse a invadir um apartamento. Sim, invadir um apartamento.
Aquele quarto-e-sala onde viviam três amigos, soterrados entre caixas de pizza e lasanha parecia o lugar perfeito, afinal, quem iria querer alguma coisa naquele antro de podridão? Paola Bracho. Ela.
Invadiu o apartamento como um furacão, derrubando as caixas pelo caminho e levando um dos garotos até o banheiro, deixando-o amarrado na pia pelo cordão de um dos tênis.
E os outros dois? Um virou escravo sexual de Paola, enquanto outro, o motorista.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

E?

Originalmente postado aqui em 30/11/2010


Xuxa tatuou o nome da filha, Sasha, no pulso.(…)

Agora eu quero saber o que tem demais em a Xuxa ter tauado Sasha no pulso. Eu ficaria realmente surpreso se ela tivesse tatuado Marlene Mattos na bunda.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

A Homofobia Nossa de Cada Dia

ou, O Boticário e os Fiscais de Cu Alheio

Créditos da imagem: Razões para Acreditar
Antes de começar acho importante dizer: eu odeio escrever sobre coisas que está todo mundo falando, me sinto batendo na mesma tecla e mais uma voz perdida, mas não consegui ficar sem me manifestar. Voltemos a programação original.

Acho que muita gente já viu (ou sabe) da campanha d'O Boticário para o Dia dos Namorados deste ano onde são mostrados dois casais homossexuais e dois casais heterossexuais. Até aí tudo bem. O problema foram os fiscais de cu começarem a aparecer e a problematizar o comercial.

De idiotas postando reclamações junto ao Reclame Aqui a comentários estúpidos em redes sociais, esse tipo de gente tem se  mostrado bem mais saliente do que deveria. O meu ponto aqui não é apontar o dedo pra essa gente, mas só um desabafo pequeno (e que provavelmente quase ninguém vai ouvir) para tentar entender onde que o amor, a sexualidade mas principalmente a vida alheia afeta a vida dessa gente. É uma dúvida simples em cima de um assunto tão pessoal (cada um é o que é, faz o que quiser e ninguém tem nada com isso) mas que muita gente ainda não entendeu.

E estava demorando para babacas do quilate do Malafaia se pronunciarem sobre o assunto pedindo por boicote a marca, como se isso fizesse algum sentido.

Para a minha alegria (e felizmente, de muita gente) apesar de todo tumulto, o Boticário não recuou da sua posição. Então enquanto houverem ações como esta, ainda haverá esperança de que não precisemos mais discutir tanto a homofobia como ela é discutida.



Eu sei que todo mundo já viu o comercial, mas o quanto mais compartilhado e divulgado, melhor.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Parabéns pelo seu aniversário

Maria Odete Brito de Miranda


Muitos casamentos nessa vida anos de vida. Parabéns Gretchen!


Beijo, Gretchen!


Giovanna Antonelli foi as compras

mas não é disso que vamos falar aqui

Giovanna Antonelli aproveitou a sexta-feira, 29, de folga para fazer umas comprinhas. A atriz foi com uma amiga a um shopping do Rio e saiu cheia de sacolas de compras, sem maquiagem(...)

Agora alguém por favor me explica como a Giovanna Antonelli OUSA sair para fazer compras sem maquiagem? Obrigado.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Kevin e o Bauru

Originalmente postado aqui em 21/11/2010


O astro Kevin Costner participa em Bauru de um festival que reúne vários estilos de música: pagode, MPB, rock e sertanejo. O ator é líder da banda Modern West, que toca uma mistura de country e rock.(...)

Depois de jogadores de basquete virarem jogadores de baseball e posteriormente golfistas (vide Michael Jordan), a onda agora são atores de segunda linha virarem cantores. Eu só espero que no Brasil, os atores não tomem isso por exemplo, porque só de imaginar o Stepan Nercessian com pinta de cantor eu já fico gorfando.

Já imaginou se ele resolve começar a cantar e ir lançar CD no Faustão?


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Trabalho, casa, contas para pagar

e outras responsabilidades de gente grande

Sexta-feira vai fazer um mês desde que voltei para o Brasil depois de 10 meses fora do país. E hoje é a minha segunda semana de trabalho desde que voltei. E é mais ou menos este o meu ponto neste texto.

Aos quase trinta anos, comecei meu primeiro trabalho de carteira assinada, primeira vez que tenho benefícios como trabalhador e me sinto valorizado e o que tenho no currículo é de alguma valia. Isso parece tanto um sensacionalismo barato, mas ao menos para mim é uma realização pessoal. Em apenas uma semana já comecei a sentir os prazeres de realização profissional, de trabalhar até mais tarde e não se importar tanto assim com isso, mas principalmente saber (e sentir) que se está trabalhando na coisa certa, ver que agora eu tenho uma profissão. É aquele momento em que a responsabilidade cresce e a carreira começa a surgir.


A parte da casa eu percebi, ou melhor, percebemos eu e a Esposa que as coisas vão se sair melhor do que pensavámos. Por mais que meus livros precisem de uma prateleira nova e meus pôsteres precisem de uma parede, o que decidimos no momento é o mais sensato e lógico a ser feito. Detalhes? Não no momento. Só posso garantir que as coisas estão seguindo o curso natural e consequentemente, sendo as melhores possíveis.



E a vida de gente grande vai ficando cada dia mais atribulada, cada dia com um novo desafio. E ser gente grande é exatamente isso: matar um leão por dia e seguir em frente, afinal, you only live once.